quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Nuno Ramos, "Bandeira Branca"






Urubus confinados na instalação "Bandeira branca", de Nuno Ramos, montada no prédio da Bienal de SP (Foto: Daigo Oliva/G1)






























Pichador cortou a rede de proteção da obra, por volta das 18h15min no dia de abertura da Bienal de São Paulo, e escreveu "Liberte os urubu" (sic) (Foto: Filipe Araújo/Agência Estado)

A polêmica obra "Bandeira branca", de Nuno Ramos, com três urubus vivos expostos na 29ª Bienal de São Paulo, foi invadida por pichadores no dia de abertura da mostra ao público, 25 de setembro.
"Bandeira branca" é composta por três grandes esculturas em formas geométricas, que lembram grandes túmulos. As peças são cercadas por uma tela de proteção que acompanha, de alto a baixo, a rampa e as curvas do prédio projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. No alto de cada uma delas, há poleiros que se parecem com chaminés, de onde aves raramente saem e onde devem permanecer até 12 de dezembro.
Em nota divulgada à noite, a Fundação Bienal de São Paulo lamentou o episódio e disse "repudiar episódios de vandalismo e violência" como o ocorrido. Ramos também afirmou estar profundamente triste com o fato, mas adiantou que não irá prestar queixa contra o pichador.
Antes mesmo de ser exibida, "Bandeira branca" gerou protestos na internet. Um abaixo-assinado contra o trabalho no dia da abertura já reunia mais de 2.700 assinaturas. Ativistas ambientais protestaram em frente à instalação.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Bienal de São Paulo abre nesta semana



















Com a abertura da Bienal de Arte de São Paulo nesta semana, os limites da arte e quem define o que é arte passam a fazer parte da agenda dos meios de comunicação. É um ótimo momento para se discutir o assunto. Por isso, abrimos um fórum que terá como tema de debate a contribuição das vanguardas do século XX e o texto "A arte como valor e a atuação das instituições museológicas", da profa. dra. Maria Amélia Bulhões.
Antes mesmo de sua inauguração oficial da Bienal, algumas obras expostas provocaram polêmica. A série Inimigos, do artista Gil Vicente, gerou uma reação da OAB paulista, que qualificou como "apologia ao crime" os quadros nos quais o autor se autoretratou matando a rainha da Inglaterra, o ex-presidente norte-americano George Bush, o presidente do Brasil, Luis Inácio da Silva e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Vale à pena conferir mais sobre a Bienal de São Paulo na revista Bravo! on line:

http://bravonline.abril.com.br/

Documentário "Arte conceitual"

















Quando conceitos e ideias viram obra de arte


A DVDteca Arte na Escola tem novidades em seu acervo. Entre elas está o documentário “Arte conceitual”. Nele, os teóricos da arte Cristina Freire e Celso Favaretto comentam as obras e os artistas que traduzem este movimento, surgido no final da década de 1960, e que se caracteriza pelo fato de que a arte deixa de ser primordialmente visual, feita para ser olhada, e passa a ser considerada como ideia e pensamento. Muitos trabalhos que usam a fotografia, xerox, filmes ou vídeo como documento de ações e processos, geralmente em recusa à noção tradicional de objeto de arte, são designados como arte conceitual. Além da crítica ao formalismo, artistas conceituais atacam ferozmente as instituições, o sistema de seleção de obras e o mercado de arte. Um exemplo disso é o trabalho de Cildo Meireles, que em plena ditadura militar, carimbou cédulas de dinheiro com a frase “Quem matou Herzog?”. Wladimir Herzog foi um preso político assassinado no presídio, fato divulgado pelo governo militar como sendo suicídio.

sábado, 11 de setembro de 2010

Eduardo Kobra no Domingão do Faustão



Eduardo Kobra começou a realizar seus trabalhos no ano de 1987 no bairro do Campo Limpo. Influenciado pelo movimento Hip Hop - que une a música de rua e o grafiti - passou a criar artes urbanas, e em São Paulo criou o Studio Kobra. É reconhecido como um artista muralista, pintura executada sobre uma parede, uma exposição permanente. Ele criou um trabalho chamado “Muros da Memória”, que busca transformar a paisagem das grandes cidades e resgatar a memória na cidade. Em comemoração ao aniversário de São Paulo em 2009, criou o seu maior mural. Localizado na Avenida 23 de Maio, possui 1000 m2.
Expoente da neovanguarda paulista, seu talento brota por volta de 1987, no bairro do Campo Limpo com o pixo e o graffiti, caros ao movimento Hip Hop, e se espalha pela cidade. Com os desdobramentos, que a arte urbana ganhou em São Paulo, ele derivou – com o Studio Kobra, criado nos anos 90 – para um muralismo original – inspirado em alguns artistas, especialmente os pintores mexicanos, e no design do norte americano Eric Grohe, beneficiando-se das características de artista experimental, bom desenhista e hábil pintor realista. Nesse caminho ele desenvolve o projeto “Muros da memória” que busca transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória da cidade, é síntese do seu modo peculiar de criar, através do qual pinta mais também adere, interfere e sobrepõe cenas e personagens das primeiras décadas do século 20, é uma junção de nostalgia e modernidade, por meio de pinturas cenográficas, algumas monumentais. Através delas cria portais para saudosos momentos da cidade.
Kobra desenvolve obras que misturam o traço do grafite rico em sombra, luz e brilho O resultado são murais tridimensionais que permitem ao público interagir com a obra. A ideia é estabelecer uma comparação entre o ar romântico e o clima de nostalgia, com a constante agitação de hoje. O projeto alcançou repercussão nacional. Além dos inúmeros trabalhos em São Paulo e interior, ele produziu murais em Brasília, Rio de Janeiro, Belém do Para, Minas Gerais.
No ano passado, ele participou do “Salon National Des Beaux-Arts 2009”, exposição que acontece há 148 anos no Museu do Louvre, em Paris. Ele trabalha com pesquisas de materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos - muito difundida por nomes internacionais, como Julian Beever e Kurt Wenner. A convite da prefeitura de São Paulo o artista realizou na praça Patriarca a primeira pintura em 3D sob pavimento do Brasil. A técnica anamórfica consiste em “enganar os olhos”. A pintura pode parecer distorcida em um certo ângulo, mas ao ver do ângulo correto, estipulado pelo artista ela se torna 3D apresentando uma incrível variação de profundidade e realismo.