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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Michelangelo... e a capa da Época
























Na edição de 11 de outubro, a revista Época utilizou um dos afrescos de Michelângelo para o teto da Capela Sistina, em Roma, "A Criação do Homem", para ilustrar sua manchete de capa "Deus entrou na eleição: Como o debate sobre o aborto e religião pode influir no segundo turno".
O afresco é uma das obras mais importantes do Renascimento e mais conhecidas da história da arte.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Renascimento
















O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli (1445-1510): um exemplo de obra renascentista

O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi, sem dúvida, o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
Características gerais:
* Racionalidade
* Dignidade do ser humano
* Rigor científico
* Ideal humanista
* Reutilização das artes greco-romana

ARQUITETURA

Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.

Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura)

Principais características:

* Ordens arquitetônicas
* Arcos de volta perfeita
* Simplicidade na construção
* A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas
* Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares)

O principal arquiteto renascentista foi Brunelleschi, um exemplo de artista completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de matemática, geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi.

PINTURA

Principais características:

* Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
* Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.
* Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.

* Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
* Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes.
* Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, conseqüentemente, pelo individualismo.

Os principais pintores foram:

Sandro Botticelli - Os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus. Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.

Leonardo da Vinci - Dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade, mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.

Michelângelo - Entre 1508 e 1512, trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e A Sagrada Família.

Rafael Sanzio - Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplos, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de “Madonas”. Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da Manhã.


ESCULTURA


Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avignon, na França, para Roma, na Itália, essa adquire o prestígio que mantém até hoje. Protetores das artes, os papas passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam, o maior deles é, sem dúvida, Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá. Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria, o que acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze.
Principais características:

* Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade
* Proporção da figura, mantendo a sua relação com a realidade
* Profundidade e perspectiva
* Estudo do corpo e do caráter humano

O Renascimento italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as idéias italianas. São eles:

* Dürer
* Hans Holbein
* Bosch
* Bruegel

As obras renascentistas (pinturas, esculturas, livros) apresentavam características comuns:

- Resgate da estética da cultura greco-romana, principalmente a busca da perfeição na elaboração de esculturas e pinturas;
- Antropocentrismo: valorização das capacidades artísticas e intelectuais dos seres humanos;
- Valorização da ciência e da razão, buscando explicações racionais para os eventos naturais e sociais;
- Valorização e interesse por vários aspectos culturais e científicos (literatura, artes plásticas, pesquisas científicas).
- Humanismo: conjunto de princípios que valorizavam as ações humanas e valores morais (respeito, justiça, honra, amor, liberdade, solidariedade.
(Priscila Charão e Larissa Gomes)

Agonia e Êxtase, filme sobre a vida de Michelângelo



Quem se depara com Agonia e Êxtase, já se impressiona com o curioso título um tanto perturbador. Pois é justamente isso que a produção de Carol Reed, datada dos anos 1960 aborda - um pouco da vida e obra de um dos artistas mais famosos do mundo: Michelângelo (1475 - 1512).

Ambientado no século XVI, o filme retrata a Roma de 1508, um período de conquistas, de guerras e de expansão da Igreja Católica.
O Papa Júlio II, interpretado por Rex Harrison, além de travar diversas batalhas com propósitos políticos e econômicos, também precisa "lutar" para obter uma outra espécie de conquista - que acabou por herança da humanidade: a inquestionável obra de Michelângelo, vivido por Charlton Heston.

Tudo acontece em torno da Capela Sistina, da qual o Papa deseja explorar mais precisamente o teto, através da técnica do afresco - a pintura com tintas feitas à base d'água sobre o gesso recém colocado.

Michelângelo, um tradicional escultor, se vê intimidado com o pedido feito pelo Santíssimo Papa. Porém, sob pressão, acaba aceitando o trabalho, juntamente com uma equipe que ele escala em Florença.


Inicia as obras sob as orientações do Papa, que sugere ao artista, que pinte os doze apóstolos, além de outros elementos decorativos. E assim, Michelângelo o faz. Porém, já na primeira figura, ele declina do projeto sugerido por seu contratante. Destrói sua obra iniciada e foge de Roma, enlouquecendo o Papa Júlio II - que determina a caçada ao artista. Num refúgio junto às montanhas, Michelângelo descansa.
E é neste local, longe de tudo e de todos que Michelângelo, ao acordar numa manhã, vê entre as núvens, como numa espécie de visão ou inspiração máxima, qual o real destino do teto da capela. Entre as figuras ideais, a da criação do mundo. Sem titubear, volta a Roma, esboça seus planos e segue atrás do Papa e encontra-o em plena guerra. Lá, convence o mesmo de que aqueles afrescos são os ideais para o projeto.
Quando o Santíssimo concorda, Michelângelo volta à Capela, juntamente com seus companheiros e finalmente dá início aos trabalhos planejados. As confusões entre ele e o Papa parecem não ter fim, uma vez que o religioso não compreeende a demora das pinturas. Um episódio interessante ainda ocorre neste processo: Michelângelo sofre um acidente. Ele cai de um dos andaimes em que trabalha.

Ao final, depois de muito conflito, ele entrega a capela: uma de suas mais belas obras, sem sombra de dúvida. O teto recebe figuras lendárias que se eternizaram tanto no mundo das artes, quanto na própria Igreja. Exemplo disso é de como ele concebeu as figuras de Deus e do homem.

Questionado pelo Papa, certa vez, Michelângelo diz ver o homem perfeito em sua obra e que as distorções vistas no homem aqui da Terra seriam fruto da própria convivência e experiência terrena. Já o Deus por ele pintado, é forte, mas ao mesmo tempo doce e fraterno. O encanto da comunidade se torna evidente e ao final, Júlio II ainda tem mais um pedido, que Michelângelo pinte a parede atrás do altar, com o tema do Juízo Final.

As obras da Capela Sistina representam o surgimento do homem - sua criação -, sua queda e a salvação. Um brilhante trabalho que detém a atenção de milhares de admiradores todos os meses. Michelângelo a pintou entre 1508 e 1512. Cerca de 300 figuras estão simbolizadas nas pinturas, que se baseiam no livro do Gênisis.
Michelângelo nasceu em 1475, em Caprese e morreu em 1564, em Roma. Foi um dos maiores artistas de sua época. Suas esculturas retratam uma perfeição que talvez nem sequer exista nos dias atuais. Blocos de mármore esculpidos por ele, parecem trazer à tona figuras previamente existentes no material bruto. Obras como Davi e Pietà são uma das mais famosas esculturas do artista, realizados antes dos seus trinta anos de idade.













(Nelson Zimer)