Em 1909, com a publicação, na capa, do jornal francês Le Fígaro, o primeiro manifesto futurista veio a público, tendo a autoria do poeta Filippo Marinetti. O Futurismo italiano é o movimento que surgiu na intenção de romper com tradicionalismo cultural.
O manifesto exaltava a velocidade, a coragem, a audácia, o amor ao perigo, a insônia febril. Glorificava a guerra, o militarismo, o patriotismo, queria acordar o mundo, para o movimento, para o crescimento. Começou pela Itália, criticando museus, cemitérios, a arte estática, que não se move e não produz energia, reação, a arte morta. Ele queria libertar os italianos do vício nas velhas doutrinas, de deixar guardadas as quietudes, os questionamentos, porque deixar tudo em museus, ele queria ir além.
O Futurismo foi um movimento que teve início na literatura e avançou para artes, tornou-se amplo e não deixou de lado o debate político-ideológico. Sua influência chegou a música, que buscou instrumentos que produzissem diversos ruídos. No teatro buscou-se a interação entre palco e platéia e no cinema encontrou-se a expressividade múltipla.
O movimento iniciado por Marinetti, que era poeta, crítico de arte e jornalista, tinha também a atuação de artistas como Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Luigi Russolo, Giacomo Balla e Gino Severini.
Os artistas que viam o futuro como algo promissor, queriam dedicar seu trabalho como uma homenagem ao rápido ritmo das máquinas, do novo maovimento urbano.
No entanto representar o movimento dos objetos parados representou um desafio. Nessa busca pela ação, pela sensação de passagem do tempo, seja pela decomposição ou fragmentação das imagens, Boccioni foi o mais bem-sucedido.
Outro traço marcante desse movimento é o forte debate político-ideológico. O manifesto que defendia a modernização das indústrias mostrou-se antisocialista. Ao passar dos anos e com o boom da Primeira Guerra Mundial, seus membros, que exaltavam as guerras, unem-se ao partido fascista. Marinetti chega a publicar, em 1924, Futurismo e Fascismo, onde apresenta relatos e discursos do movimento como parceiro e precursor do fascismo.
Foi na Primeira Guerra Mundial que o Futurismo perdeu seu artista de maior expressão, Umberto Boccioni. Depois desse episódio, ainda foram publicados textos e criadas obras, mas o movimento começava a dissolver-se.
Artistas e seus trabalhos
O manifesto exaltava a velocidade, a coragem, a audácia, o amor ao perigo, a insônia febril. Glorificava a guerra, o militarismo, o patriotismo, queria acordar o mundo, para o movimento, para o crescimento. Começou pela Itália, criticando museus, cemitérios, a arte estática, que não se move e não produz energia, reação, a arte morta. Ele queria libertar os italianos do vício nas velhas doutrinas, de deixar guardadas as quietudes, os questionamentos, porque deixar tudo em museus, ele queria ir além.
O Futurismo foi um movimento que teve início na literatura e avançou para artes, tornou-se amplo e não deixou de lado o debate político-ideológico. Sua influência chegou a música, que buscou instrumentos que produzissem diversos ruídos. No teatro buscou-se a interação entre palco e platéia e no cinema encontrou-se a expressividade múltipla.
O movimento iniciado por Marinetti, que era poeta, crítico de arte e jornalista, tinha também a atuação de artistas como Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Luigi Russolo, Giacomo Balla e Gino Severini.
Os artistas que viam o futuro como algo promissor, queriam dedicar seu trabalho como uma homenagem ao rápido ritmo das máquinas, do novo maovimento urbano.
No entanto representar o movimento dos objetos parados representou um desafio. Nessa busca pela ação, pela sensação de passagem do tempo, seja pela decomposição ou fragmentação das imagens, Boccioni foi o mais bem-sucedido.
Outro traço marcante desse movimento é o forte debate político-ideológico. O manifesto que defendia a modernização das indústrias mostrou-se antisocialista. Ao passar dos anos e com o boom da Primeira Guerra Mundial, seus membros, que exaltavam as guerras, unem-se ao partido fascista. Marinetti chega a publicar, em 1924, Futurismo e Fascismo, onde apresenta relatos e discursos do movimento como parceiro e precursor do fascismo.
Foi na Primeira Guerra Mundial que o Futurismo perdeu seu artista de maior expressão, Umberto Boccioni. Depois desse episódio, ainda foram publicados textos e criadas obras, mas o movimento começava a dissolver-se.
Artistas e seus trabalhos
Umberto Boccioni
Giacomo Balla
Poste e iluminação
Carlo Carrà
O funeral do anarquista de Galli
Manifesto do Futurismo
1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.
2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.
3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o extase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.
7. Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra que não tenha um caráter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-las a prostar-se diante do homem.
8. Nós estamos no promontório extremo dos séculos!... Por que haveríamos de olhar para trás, se queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Nós já estamos vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade onipresente.
9. Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas idéias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher.
10. Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academia de toda natureza, e combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.
11. Nós cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as marés multicores e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas elétricas; as estações esganadas, devoradoras de serpentes que fumam; as oficinas penduradas às nuvens pelos fios contorcidos de suas fumaças; as pontes, semelhantes a ginastas gigantes que cavalgam os rios, faiscantes ao sol com um luzir de facas; os piróscafos aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de largo peito, que pateiam sobre os trilhos, como enormes cavalos de aço enleados de carros; e o voo rasante dos aviões, cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e parece aplaudir como uma multidão entusiasta.
É da Itália, que nós lançamos pelo mundo este nosso manifesto de violência arrebatadora e incendiária, com o qual fundamos hoje o "Futurismo", porque queremos libertar este país de sua fétida gangrena de professores, de arqueólogos, de cicerones e de antiquários.
Já é tempo de a Itália deixar de ser um mercado de belchiores. Nós queremos libertá-la dos inúmeros museus que a cobrem toda de inúmeros cemitérios.
Museus: cemitérios!... Idênticos, na verdade, pela sinistra promiscuidade de tantos corpos que não se conhecem. Museus: dormitórios públicos em que se descansa para sempre junto a seres odiados ou desconhecidos! Museus: absurdos matadouros de pintores e escultores, que se vão trucidando ferozmente a golpes de cores e linhas, ao longo das paredes disputadas!
Que se vá lá em peregrinação, uma vez por ano, como se vai ao Cemitério no dia de finados... Passe. Que uma vez por ano se deponha uma homenagem de flores diante da Gioconda, concedo...
Mas não admito que se levem passear, diariamente pelos museus, nossas tristezas, nossa frágil coragem, nossa inquietude doentia, mórbida. Para que se envenenar? Para que apodrecer?
E o que mais se pode ver, num velho quadro, senão a fatigante contorção do artista que se esforçou para infrigir as insuperáveis barreiras opostas ao desejo de exprimir inteiramente seu sonho?... Admirar um quadro antigo equivale a despejar nossa sensibilidade numa urna funerária, no lugar de projetá-la longe, em violentos jatos de criação e de ação.
Vocês querem, pois, desperdiçar todas as suas melhores forças nesta eterna e inútil admiração do passado, da qual vocês só podem sair fatalmente exaustos, diminuídos e pisados?
Em verdade eu lhes declaro que a frequência diária aos museus, às bibliotecas e às academias (cemitérios de esforços vãos, calvários de sonhos crucificados, registro de arremessos truncados!...) é para os artistas tão prejudicial, quanto a tutela prolongada dos pais para certos jovens ébrios de engenho e de vontade ambiciosa. Para os moribundos, para os enfermos, para os prisioneiros, vá lá:- o admirável passado é, quiçá, um bálsamo para seus males, visto que para eles o porvir está trancado... Mas nós não queremos nada com o passado, nós, jovens e fortes futuristas!
E venham, pois, os alegres incendiários de dedos carbonizados! Ei-los! Ei-los!... Vamos! Ateiem fogo às estantes das bibliotecas!... Desviem o curso dos canais, para inundar os museus!... Oh! a alegria de ver booiar à deriva, laceradas e desbotadas sobre aquelas águas, as velhas telas gloriosas!... Empunhem as picaretas, os machados, os martelos e destruam sem piedade as cidades veneradas!
(Ramona Heldt e Elenise Barbosa)
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