terça-feira, 25 de agosto de 2009

Cândido Portinari






















O Lavrador de Café, 1939.

Cândido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903 em uma fazenda de café em Bradósqui, São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebeu apenas uma instrução primária e desde criança manifestou sua vocação artística.
Aos seis anos de idade, Portinari começa a desenhar. Participou durante vários anos dos trabalhos de restauração da Igreja de Brodósqui, com pintores italianos o ajudando. Aos 15 anos vai para o Rio de Janeiro, em busca de um aprendizado mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola Nacional de Belas-Artes.
Em 1928, conquistou o "Prêmio de Viagem ao Estrangeiro", da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradição acadêmica. Em 1929 partiu para uma Europa, viajou pela Itália, Inglaterra, Espanha e se fixou em Paris, onde permaneceu até 1930.
Foi em Paris que o pintor conheceu Maria Martinelli, com quem mais tarde se casou. Longe de sua pátria, saudoso de sua gente, decide voltar ao Brasil, em 1931. Retrata em suas telas o povo brasileiro, superando aos poucos sua formação acadêmica e fundindo à ciência antiga da pintura, uma personalidade moderna e experimentalista.
Aos poucos, sua inclinação muralista revela-se com vigor nos painéis executados para o Monumento Rodoviário, em SP, em 1936, e nos afrescos do edifício do Ministério da Educação e Saúde, no RJ, realizados entre 1936 e 1944. Estes trabalhos, como conjunto e como concepção artística, representam um marco na evolução da arte de Portinari, afirmando uma opção pela temática social, que será o fio condutor de toda uma sua obra a partir de então.
Em 1939, nasceu seu único filho, João Cândido; que hoje cuida dos direitos autorais das obras de Portinari. Em 1960, nasceu sua neta Denise, que passou uma boa parte de ocupar seu tempo. Pintou muitos quadros com o retrato dela. Quando não estava com Denise, Portinari passava horas fitando o mar, sozinho.
Em janeiro de 1962, sofreu uma intoxicação por chumbo, o que já o atacara em 1954. Nunca mais se recuperou. Nessa época, preparava uma grande exposição, com aproximadamente 200 obras, a convite da prefeitura de Milão. Em 6 de fevereiro, Portinari morreu, vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava, mas cumprindo a promessa de homenagear sua terra e o seu povo, através da sua arte.

Movimento artístico

O expressionismo foi um movimento artístico que surgiu no final do século XIX e início do século XX como uma reação à objetividade do Impressionismo, apresentando características que ressaltavam uma subjetividade. A noção do expressionismo foi empregada pela primeira vez em 1911, na revista Der Sturm (A Tempestade), marcando uma oposição clara ao Impressionismo francês. O Expressionismo é caracterizado como uma pintura dramática arte do instinto;, subjetiva, "expressando humanos" sentimentos.
Utilizando cores Irreais, prostituição dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, A; deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.
No Brasil, observa-se um desejo expresso e intenso de pesquisar nossa realidade social, cultural e espiritual. A arte Mergulha fundo não tenso panorama ideológico da época, buscando Analisar as contradições vividas pelo país e representa-las pela linguagem estética.
Nas artes plásticas, os artistas mais importantes são Candido Portinari, Anita Malfatti, Lasar Segall eo gravurista Osvaldo Goeldi (1895-1961). No teatro, a obra do dramaturgo Nelson Rodrigues tem características expressionistas.

Características das obras de Cândido Portinari

Portinari expressava em suas obras o papel que os artistas da época propunham: denunciar as desigualdades da sociedade brasileira e as conseqüências desse desequilíbrio. Ora Imprimia características do cubismo, do surrealismo, ora dos pintores muralistas mexicanos, sem nunca se distanciar da arte figurativa e das tradições da pintura. É bastante evidente sua influência expressionista. O resultado é uma arte de características modernas Mesclando diversas tendências artísticas.


O Lavrador de Café, 1939.

- Uma boca exagerada como ser uma afirmação racial, por apresentada como uma identidade do negro, pelo pintor escolhido para representar o trabalho;
- As mãos e os pés enormes transmitem uma força de trabalho valendo por toda a classe proletária.
Segundo Annateresa Fabris, no livro Portinari:
"O preto é o elemento que melhor se presta à identificação com o proletariado, pois, além de ser marginalizado socialmente, é o que passou pelo estado escravagista de forma direta".

Os retirantes, 1944.

A obra Retirantes representa o povo nordestino. Retirantes mostra a necessidade que o povo tem em abandonar sua terra em busca de uma vida melhor em outra parte do país. Por isso, o nome Retirantes - retirante é o homem nordestino que viaja de onde mora para um outro lugar em busca de comida e água, fugindo da seca. Portinari dramatiza ao máximo a obra. Os personagens ilustrados por ele são reais, raquíticos, famintos. Apresentam pobre e triste olhar: olhar que não traz esperança por uma vida melhor.
O céu é mostrado em cinza escuro, apesar de não ter nuvens. É como que um céu seco, sem água, remetendo ao clima do Nordeste. Também não há luz, a lua não tem brilho. Há urubus à procura de alimento, seja um gado morto pela seca ou os Próprios retirantes. Não há plantas nem flores. Assim, Portinari mostra o sertão em sua forma mais triste. O chão traz só restos de ossos de gado e matéria morta.

Espantalho, 1959.

O espantalho, um símbolo visual da lavoura, nas mãos de Portinari se transforma em pinturas de grande força expressiva. Essa temática, recorrente em sua obra, ganha conotações. Durante sua carreira artística, Candido Portinari pintou cerca de 5 mil obras.
Suas pinturas tanta criança em gangorra e balanço?
Para botá-las no ar, feito anjos ".

por outros artistas Portinari ...

"Nenhum outro pintor pintou mais um país do que Portinari pintou o seu ...",
afirmou Israel Pedrosa, 1983, em depoimento ao Projeto Portinari.

"Candido Portinari nos engrandeceu com sua obra de pintor. Foi um dos homens mais importantes do nosso tempo, pois de suas mãos nasceram a cor e a poesia, o drama e a esperança de nossa gente. Com seus pincéis, ele tocou fundo em nossa realidade. A terra e o povo brasileiros - camponeses, retirantes, crianças, santos e artistas de circo, os animais e a paisagem - são a matéria com que trabalhou e construiu sua obra imorredoura ", disse do artista o escritor Jorge Amado.

(Tássia e Luana)

Um comentário:

  1. Candido Portinari é um pintor, gravador, ilustrador e professor de arte paulista, eu iniciou na arte ainda criança. Em meados da década de 1910, auxiliou na decoração da Igreja Matriz de Brodósqui, sua cidade natal. Com o “Prêmio de Viagem ao Estrangeiro”, viajou em 1929 para a Europa e visitou vários países por dois anos. Em 1935, pela pintura Café, recebeu o prêmio Carnegie Institute de Pittsburg, tornando-se o primeiro artista modernista brasileiro a receber um prêmio internacional. Nesse mesmo ano, começa a dar aulas de pintura mural e de cavalete no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal. Em 1936 realiza seu primeiro mural que integra o Monumento Rodoviário da Estrada Rio-São Paulo. Isso lhe rendeu o convite para pintar vários painéis para o novo prédio do Ministério da Educação e Cultura, pelo ministro Gustavo Capanema que sugeriu temas referentes aos ciclos econômicos do país. Após realizar uma exposição itinerante pelos Estados Unidos, a Universidade de Chicago publica o primeiro livro que fala sobre o autor, intitulado Portinari: His Life and Art. Portinari era filiado ao Partido Comunista Brasileiro, PCB, e candidatou-se a deputado em 1945 e a senador em 1947, mas não conseguiu se eleger. Recebeu o prêmio Guggenheim, em 1956, pelos painéis Guerra e Paz na sede da ONU, em Nova York. Ele ilustrou livros que são clássicos da literatura brasileira, como Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Alienista, de Machado de Assis. Em 1979, seu filho João Candido Portinari reúne um acervo documental sobre a obra, a vida e a época em que seu pai atuava, implantando o Projeto Portinari, no Campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

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