terça-feira, 25 de agosto de 2009

Cubismo























O Cubismo foi uma revolução estética e técnica tão importante para a arte ocidental quanto o Renascimento. Ocorreu no período de 1907 a 1914, tendo como fundadores o pintor espanhol Pablo Picasso e o pintor francês Georges Braque; e como principal seguidor o pintor espanhol Juan Gris, expoente máximo do cubismo sintético. Iniciado dentro de um círculo muito restrito, não foi pensado como um movimento. Aos seus criadores se uniram um grupo de amigos intelectuais escritores de vanguarda.
Contrários ao Impressionismo, eles não pretendiam fixar na tela uma impressão imaginária, um momento fugaz, mas construir um quadro de motivos sólidos e duradouros. Apesar de ser considerado um ato de percepção individual, o movimento possuía coerência. O pintor cubista tinha o objetivo de representar os objetos em três dimensões, a representação do volume colorido sobre uma superfície plana, formas geométricas e o predomínio de linhas retas utilizando cores austeras. Não representava, mas sugeria a estrutura dos corpos ou objetos. Representava-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes. Foram influenciados pela escultura negra e pelas artes primitivas, pelas retrospectivas de Cézanne, no Salão de Outono de 1907. Distingue-se no desenvolvimento do Cubismo: a fase cézanniana (1907-1909), uma fase analítica (1909-1912) e uma fase sintética (1913-1914).
A desestruturação da obra em todos os seus elementos caracteriza o Cubismo Analítico (1909). Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege.
O Cubismo Sintético (1913), também chamado de Colagem, porque introduzia letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas, procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Essa inovação pode ser explicada pela intenção do artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.
Em 1907, Picasso termina As Senhoritas d'Avignon (Les Demoiselles d'Avignon), que marca o nascimento do Cubismo. Kahnweiler abre no outono de 1907 a galeria da rua Vignon, que considerada o santuário do Cubismo.



Em 1908, forma-se em Montmartre, colina nos arredores de Paris, onde moram Pablo Picasso, Max Jacob, Juan Gris, o grupo do atelier "Bateau-Lavoir" (barco-lavanderia), que, além desses, compreende Guillaume Apollinaire, André Salmon, Maurice Raynal, Gertrude Stein, Leo Stein, entre outros.
Em 1912, formam-se dois grupos diferentes de cubistas: o “Orfismo”, composto por Robert Delaunay que exaltava o papel dinâmico da cor; o núcleo do grupo original à volta de Gleizes e Metzinger e que então se designavam como "Les Artistes de Passy"; e um grupo que se chamava "Seção de Ouro", com sede no subúrbio de Puteaux, nos ateliers de três irmãos, Jacques Villon, Marcel Duchamp e Raymond Duchamp-Villon, de cuja exposição participaram, além desses, Juan Gris, Fernand Léger, Albert Gleizes, Jean Metzinger, André Lhote, Delaunay, Marcoussis, Roger de La Fresnave, entre outros. A unidade de suas pesquisas baseava-se na admiração comum por Cézanne e sua lição construtiva, consagrada no livro escrito por Gleizes e Metzinger: Do Cubismo, de 1912.
De 1911 a 1912, o Cubismo tornou-se mais conhecido internacionalmente e impulsionou vários movimentos como o Futurismo, Cubo-Futurismo e Construtivismo. A Guerra de 1914 dispersa os criadores do movimento, cada qual seguindo seu destino.

(Carina Schweig)

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