terça-feira, 25 de agosto de 2009

História do grafite

A palavra grafite é de origem italiana e significa "escritas feitas com carvão". Os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes das construções das cidades. Tratava-se de palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de leis e acontecimentos públicos. Alguns destes grafites ainda podem ser vistos nas catacumbas de Roma e em outros sítios arqueológicos espalhados pela Itália.
No século XX, mais precisamente no final da década de 60, jovens do Bronx, bairro de Nova York (EUA), restabeleceram esta forma de arte usando tintas spray. Para muitos, o grafite surgiu de forma paralela ao hip hop - cultura de periferia, originária dos guetos americanos, que une o RAP (música muito mais falada do que cantada), o "break" (dança robotizada) e o grafite (arte visual do movimento cultural). Nesse período, academias e escolas de arte começaram a crise em entrar e jovens artistas passaram a se interessar por novas linguagens. Com isso, teve início um movimento que dava crédito às manifestações artísticas fora dos espaços fechados e acadêmicos.
A rua, portanto, passou um ser o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte. Os artistas do grafite, também chamados de "writers" (escritores), costumavam escrever seus nomes em seus trabalhos ou chamar a atenção para problemas do governo ou questões sociais.
Essa manifestação começa surgir no Brasil já nos anos 50, com a introdução do spray. Segue pelos 60, passando pelos 70 e se consagrando como linguagem artística nos anos 80, conquistando seu espaço na mídia, chegando à Bienal, às manchetes de jornais e até as novelas de TV. Continua pelos anos 90 em diante em constante evolução. Prova disso é que os grafiteiros não param de ser chamados para aplicar seu talento em revistas, exposições em galerias e anúncios publicitários.





































Exemplo disso, são Osgmeos, Gustavo e Otávio Pandolfo, que nasceram Cambuci, bairro da região central de São Paulo/SP. Em 2006, eles expuseram na Trienal de Milão e na Bienal de Havana. Eles começaram a desenhar aos 4 anos e, ainda na infância, ilustraram histórias inventadas por eles mesmos, com peixes e navios de guerra.
Na adolescência, os irmãos aderiram ao movimento hip hop. Começaram a fazer grafites e adotaram o codinome Osgemeos. Persistiram na prática da pintura dos muros de São Paulo até atigir uma linguagem própria e inovadora.
A marca visual inconfundível de Osgemeos surgiu no princípio dos anos 1990: grafites com homens e mulheres de pele amarela, largo tronco, pernas e braços delgados. São personagens com roupas coloridas, suspensos em cenários oníricos, em contraste com o cinza da arquitetura paulistana.
Esse elenco criado por eles foi transferido das paredes para os suportes de pintura e instalações. Tingido em spray e látex, a mesma técnica das ruas, o elenco criado pela dupla tornou-se famoso na cena internacional.
A partir de 1999, foram apresentadas obras da dupla em galerias, museus e espaços de Berlim, Hamburgo, Paris, Los Angeles e Nova York. Em agosto de 2006, montaram uma exposição na Fortes Vilaça, intitulada O peixe que comia estrelas cadentes, com pinturas sobre painéis de madeira. O conjunto se completava com uma grande instalação: um barco, dotado de movimentos mecânicos, luzes, música e dispositivos que permitem uma interação com a peça. Foi o primeiro trabalho da dupla com essas características, realizado para marcar a primeira individual no Brasil.




















A gigantesca cabeça amarela em que se transformou o prédio da Galeria Fortes Vilaça foi um convite para que se ingresse no universo onírico dos grafiteiros Os Gêmeos (ou '- Outra de suas assinaturas), há tempos atrás. É que lá, fora do circuito de muros, pontes e viadutos paulistanos, o trabalho desses artistas - já reconhecido no exterior - alcança outro estado e outro público no Brasil.
O sucesso desses grafiteiros não para por aí. A visibilidade alcançada pelo trabalho da dupla, presente em muros ao redor do planeta, acabou rendendo-lhe convites como o da Nike. Otávio e Gustavo foram contratados para fazer a parte gráfica do documentário patrocinado pela fabricante de materiais esportivos. "Ginga - A Alma do Futebol Brasileiro", que teve direção de Hank Levine, Marcelo Machado e Tocha Alves e produção-executiva a cargo do cineasta Fernando Meirelles. "Convidaram a gente por ter esse estilo bem brasileiro de pintar", conta Otávio. "Fizemos como vinhetinhas e decoramos todas as peças passadas no filme", complementa ele.
Fernando Meirelles gostou tanto da experiência de trabalhar com Os Gêmeos, que os convidou para auxiliar na produção das animações para a série televisiva da Rede Globo, Cidade dos Homens. "A gente fez uma animação com ele. Foi um outro experimento", lembra Otávio. "A gente falou: vamos fazer uma brincadeira, vamos ver no que é que dá". Ainda por conta do trabalho para a Nike, Otávio e Gustavo passaram quatro meses viajando por sete países. Eles contam uma proposta da turnê - batizada de Brasil - era fazer uma festa brasileira em cada local visitado.
Em cada cidade, acontecia uma exposição com o trabalho dos grafiteiros e a exibição do filme Ginga. "Eles precisavam de artistas que representassem a nossa cultura através das artes plásticas ou das artes visuais", explica Gustavo.
Foi entre uma viagem e outra que surgiu uma proposta de desenhar um tênis especial para a marca. Os calçados, produzidos em edição limitada e lançados apenas nas cidades visitadas durante o tour organizado pela Nike, tiveram a parte traseira, a língua e a palmilha ilustradas pelos grafiteiros.
Traços inconfundíveis:



Parede de um estabelecimento no Centro de SP traz marca dos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo, Osgemeos

Além da Nike, podemos evidenciar o crescimento do grafite, também nas marcas de roupa, um como Ellus, que contratou 20 para colorir os artistas outdoors de sua campanha de inverno. E o inusitado é que, em vez de produzir os cartazes no estúdio, eles criaram ao vivo, nas ruas de várias cidades do país, exatamente como o grafite é feito. Outra grife que usou uma estética da "arte de rua" foi a Triton. A marca lançou no começo de 2009 um manifesto, uma campanha que E.U.A. O conceito foi o de contestação, justamente uma ideia que deu origem movimentos artísticos uma esses. Além de invadir anúncios, outdoors, páginas de revistas e internet, o grafite brasileiro é também produto de exportação. Entre os artistas destacam-se figuras conhecidas, como Onesto, Titi, Calma e os já citados osgemeos, que ganharam espaço em exposições e publicações internacionais.

4 comentários:

  1. Muito interessante!
    Realmente a rua é um cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte!

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  2. A arte do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes, e teve seu início há séculos atrás, durante o Império Romano. Seu aparecimento na idade contemporânea se deu na década de 1970, em Nova York, nos Estados Unidos. Alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade e algum tempo depois essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos.
    O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas. O grafite foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros por sua vez não se contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um toque brasileiro, o estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o mundo.
    Geralmente, são utilizados sprays, pincéis, máscaras (que são os moldes usados em alguns desenhos) para fazer os desenhos em muros, painéis ou qualquer outro material que o artista quiser.
    Hoje o grafite já é mais bem visto no meio artístico, mas antigamente existia um preconceito com essa arte devido as pichações. Deve-se sempre se ressaltar que pichação e grafite são diferentes. A pichação é um ato de vandalismo e o grafite é uma arte que expressa ideias e sentimentos.

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  3. A palavra grafite é de origem italiana e significa "escritas feitas com carvão"(arranhado", "rabiscado"). O costume de escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes das construções das cidades foi trazida pelos antigos romanos. Tratava-se de palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de leis e acontecimentos públicos. Atualmente as escritas em muros, paredes e metrôs através de palavras ou desenhos, surgem da década de 1970 e no Brasil se consagra como linguagem artística nos anos 80, com o uso de spray. Nessa época essa arte começou a conquistar seu espaço na mídia, através de jornais e televisão. Essa arte urbana tem forte sentido de intervenção em lugares públicos, e mostram através de arte a cultura e realidade das cidades. É realizada através de materiais como giz, carimbos, pincéis e, sobretudo, spray, podendo criar formas, símbolos e imagens de acordo com a imaginação de cada grafiteiro. O repertório dos artistas é composto por ícones do mundo da mídia, do cartum e da publicidade, o que evidencia as afinidades do graffiti com a arte pop. Os grafiteiros remetem às origens de sua arte às pinturas pré-históricas e às inscrições nas cavernas. O graffiti tem forte ligação com o hip hop, sendo um de seus elementos. A exclusão social dos afros-americanos fez com que essa arte se unisse ao rap e ao break dance, unindo as ideias de Andy Warhol à cultura urbana. A cada dia, as pessoas se mostram mais abertas às diferentes artes, e o graffiti está crescendo e tendo mais visibilidade. Pela falta de informação ou muitas vezes preconceito, o graffiti é confundido com a pichação, o qual geralmente é utilizado por gangues em formas de protesto, realizados em muros e locais sem autorização. Diferente disso, o graffiti é uma forma de expressão, a qual visa mostrar ideias de forma artística. É bastante adotada por jovens e atraí pelas cores, imagens e seu brilho. Em Novo Hamburgo, vários artistas realizam trabalhos publicitários, o que se torna uma estratégia de Marketing, ao divulgar empresas de forma inovadora. Aos poucos, a região está se abrindo para novas ideias e artes que misturam cultura, história, comunicação e criatividade.

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  4. nos tempos atuais temos artistas graiteiros muito talentosos que fazem arte de diferente modo como, utilizam as parede para mostra suas manifestações, ideias, criatividade e outros para divulgar sua comunicação em diferente linguagem da arte que é a grafite. mutos desas artista são grandes venscedores no mundo inteiro e visamos que isto esta ganhado e sendo respeitado por todos e valorizado sem preconceito e valorizando o trabalho fazendo a arte pela arte com emoção e decicação

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